Como os astronautas se alimentam no espaço: o Desafio da Alimentação no Espaço

A gastronomia espacial é a área que estuda e desenvolve os alimentos adequados para a nutrição dos astronautas nas missões espaciais. Ela envolve aspectos como a seleção, a preparação, o armazenamento, o consumo e a segurança dos alimentos no espaço. Ela também considera as necessidades nutricionais, as preferências pessoais, os aspectos culturais e os efeitos psicológicos da alimentação no espaço.

A gastronomia espacial é uma atividade complexa e desafiadora, que requer conhecimento científico, tecnológico e gastronômico. Ela também é uma atividade essencial para o sucesso das missões espaciais, pois influencia diretamente na saúde, no bem-estar e no desempenho dos astronautas.

Neste artigo, vamos explorar como é a gastronomia espacial, quais são os principais desafios que ela enfrenta e quais são as tendências para o futuro da alimentação no espaço.

Como é a gastronomia espacial?

A gastronomia espacial é composta por diferentes etapas, que vão desde a produção dos alimentos na Terra até o seu consumo no espaço. Cada etapa tem suas especificidades e seus desafios. Vejamos cada uma delas:

Produção dos alimentos na Terra

A produção dos alimentos na Terra é a etapa que envolve a escolha dos ingredientes, o processamento dos alimentos, a embalagem dos alimentos e o transporte dos alimentos até o veículo espacial.

A escolha dos ingredientes leva em conta as necessidades nutricionais dos astronautas, que são calculadas de acordo com o peso corporal, a idade, o sexo, a atividade física e as condições ambientais. Os ingredientes devem fornecer os nutrientes essenciais para a manutenção da saúde dos astronautas, como proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e fibras.

O processamento dos alimentos visa torná-los mais leves, compactos, duráveis e fáceis de preparar. Os alimentos são submetidos a técnicas como liofilização (remoção da água por congelamento), irradiação (exposição à radiação para eliminar micro-organismos), pasteurização (aquecimento para eliminar micro-organismos) e esterilização (eliminação total de micro-organismos). Essas técnicas reduzem o peso e o volume dos alimentos, aumentam a sua validade e facilitam o seu armazenamento.

A embalagem dos alimentos visa protegê-los de fatores externos como luz, oxigênio, umidade e contaminação. Os alimentos são embalados em materiais como plástico, alumínio ou papel laminado. Esses materiais são resistentes, flexíveis e impermeáveis. Eles também são fáceis de abrir e fechar.

O transporte dos alimentos até o veículo espacial visa garantir a sua integridade e segurança. Os alimentos são transportados em caixas térmicas ou refrigeradas. Eles também são submetidos a testes de qualidade antes do embarque.

Preparação dos alimentos no espaço

A preparação dos alimentos no espaço é a etapa que envolve a reidratação dos alimentos liofilizados ou desidratados, o aquecimento dos alimentos que necessitam de cozimento ou de reaquecimento e a montagem dos pratos.

A reidratação dos alimentos liofilizados ou desidratados consiste em adicionar água quente ou fria aos alimentos para restaurar sua textura original. A água é fornecida por um dispensador que controla a quantidade e a temperatura da água. A reidratação leva alguns minutos e é feita dentro da própria embalagem do alimento.

O aquecimento dos alimentos que necessitam de cozimento ou de reaquecimento consiste em colocar os alimentos em um forno ou em um micro-ondas. O forno é um equipamento que usa resistências elétricas para gerar calor. O micro-ondas é um equipamento que usa ondas eletromagnéticas para gerar calor. O aquecimento leva alguns minutos e é feito dentro da própria embalagem do alimento.

A montagem dos pratos consiste em combinar os alimentos de acordo com o cardápio planejado. O cardápio é elaborado com base nas preferências dos astronautas, na variedade dos alimentos, na harmonização dos sabores e na apresentação dos pratos. O cardápio também leva em conta as ocasiões especiais, como aniversários, feriados e celebrações.

Consumo dos alimentos no espaço

O consumo dos alimentos no espaço é a etapa que envolve a ingestão dos alimentos, a limpeza dos utensílios e a gestão dos resíduos.

A ingestão dos alimentos é feita em uma mesa coletiva ou individual, equipada com bandejas, pratos, talheres, copos e canudos. Os alimentos são fixados nas bandejas por meio de ímãs, velcro ou fitas adesivas. Os líquidos são consumidos por meio de canudos ou de embalagens especiais que evitam o seu derramamento. Os alimentos são consumidos normalmente, mas com cuidado para evitar que se soltem e flutuem pelo ambiente.

A limpeza dos utensílios é feita com água quente ou fria, sabão e toalhas de papel. Os utensílios são enxaguados e secos antes de serem guardados. A limpeza também é feita na mesa e no ambiente, para evitar a sujeira e a proliferação de micro-organismos.

A gestão dos resíduos é feita com a separação, o armazenamento e o descarte dos resíduos sólidos e líquidos. Os resíduos sólidos são colocados em sacos plásticos e compactados para reduzir o seu volume. Os resíduos líquidos são coletados por um sistema de sucção e tratados para serem reutilizados ou descartados. Os resíduos são armazenados em compartimentos específicos até serem enviados para a Terra ou liberados no espaço.

Quais são os principais desafios da gastronomia espacial?

A gastronomia espacial enfrenta diversos desafios, que podem ser agrupados em três categorias: desafios técnicos, desafios nutricionais e desafios psicológicos.

Desafios técnicos

Os desafios técnicos são aqueles relacionados à produção, ao processamento, à embalagem, ao transporte, à preparação, ao consumo e à gestão dos alimentos no espaço. Eles envolvem questões como:

A limitação de recursos: os recursos disponíveis para a gastronomia espacial são limitados em termos de peso, volume, energia, água e tempo. Isso implica em escolher os alimentos mais adequados para o espaço, processá-los de forma eficiente, embalá-los de forma compacta, transportá-los de forma segura, prepará-los de forma rápida e consumi-los de forma consciente.
A adaptação ao ambiente: o ambiente espacial é diferente do ambiente terrestre em termos de gravidade, pressão, temperatura, umidade e radiação. Isso implica em adaptar os alimentos às condições do espaço, protegê-los dos fatores externos, garantir a sua estabilidade e qualidade e evitar a sua deterioração ou contaminação.
A inovação tecnológica: a tecnologia utilizada para a gastronomia espacial está em constante evolução, buscando melhorar os processos e os produtos envolvidos. Isso implica em desenvolver novas técnicas, novos equipamentos, novos materiais e novos alimentos para o espaço.

Desafios nutricionais

Os desafios nutricionais são aqueles relacionados às necessidades nutricionais dos astronautas no espaço.Eles envolvem questões como:

A adequação da dieta: a dieta dos astronautas no espaço deve ser adequada às suas necessidades nutricionais, que são calculadas de acordo com o peso corporal, a idade, o sexo, a atividade física e as condições ambientais. A dieta deve fornecer os nutrientes essenciais para a manutenção da saúde dos astronautas, como proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e fibras. A dieta também deve ser balanceada, variada e saborosa.
A prevenção de deficiências: a deficiência de alguns nutrientes pode causar problemas de saúde aos astronautas no espaço, como anemia, osteoporose, cálculos renais, perda de massa muscular e imunidade baixa. A prevenção de deficiências envolve o uso de suplementos alimentares, a fortificação de alimentos e o monitoramento dos níveis de nutrientes no sangue e na urina dos astronautas.
A adaptação fisiológica: a fisiologia dos astronautas no espaço sofre alterações em função da ausência de gravidade, da pressão reduzida, da radiação aumentada e do estresse psicológico. Essas alterações afetam o metabolismo, a digestão, a absorção, a excreção e o apetite dos astronautas. A adaptação fisiológica envolve o ajuste da ingestão calórica, da hidratação e do consumo de sal dos astronautas.

Desafios psicológicos

Os desafios psicológicos são aqueles relacionados aos aspectos emocionais e sociais da alimentação dos astronautas no espaço. Eles envolvem questões como:

A motivação para comer: a motivação para comer dos astronautas no espaço pode diminuir em função da monotonia dos alimentos, da perda do paladar, da falta de apetite e do estresse psicológico. A motivação para comer é importante para manter o estado nutricional, a saúde e o desempenho dos astronautas. A motivação para comer pode ser aumentada com o uso de alimentos familiares, preferidos, coloridos e aromáticos.
A satisfação com a comida: a satisfação com a comida dos astronautas no espaço pode ser afetada pela qualidade, pela quantidade, pela variedade e pela apresentação dos alimentos. A satisfação com a comida é importante para manter o bem-estar, a autoestima e o humor dos astronautas. A satisfação com a comida pode ser melhorada com o uso de alimentos frescos, personalizados, criativos e bonitos.
A interação social na hora da refeição: a interação social na hora da refeição dos astronautas no espaço pode ser prejudicada pela falta de privacidade, pela diferença de horários, pela diferença de culturas e pela dificuldade de comunicação. A interação social na hora da refeição é importante para manter o senso de pertencimento, a cooperação e a amizade entre os astronautas. A interação social na hora da refeição pode ser favorecida com o uso de uma mesa coletiva, de um cardápio compartilhado, de uma decoração temática e de uma música ambiente.

Quais são as tendências para o futuro da gastronomia espacial?

A produção de alimentos no espaço: a produção de alimentos no espaço é uma alternativa para reduzir a dependência dos alimentos enviados da Terra, aumentar a variedade dos alimentos disponíveis e melhorar a qualidade dos alimentos consumidos. A produção de alimentos no espaço envolve o cultivo de plantas em estufas ou em sistemas hidropônicos ou aeropônicos, que usam água ou ar em vez de solo. A produção de alimentos no espaço também envolve o uso de técnicas como impressão 3D, que permite criar alimentos com formas, cores e sabores personalizados.
A participação dos astronautas na gastronomia espacial: a participação dos astronautas na gastronomia espacial é uma forma de aumentar o envolvimento, a autonomia e a criatividade dos astronautas na hora da alimentação. A participação dos astronautas na gastronomia espacial envolve o uso de alimentos modulares, que permitem combinar diferentes ingredientes, sabores e texturas. A participação dos astronautas na gastronomia espacial também envolve o uso de aplicativos, que permitem escolher, preparar e avaliar os alimentos no espaço.
A integração da gastronomia espacial com a gastronomia terrestre: a integração da gastronomia espacial com a gastronomia terrestre é uma forma de aproximar os astronautas das suas famílias, dos seus amigos e da sua cultura na hora da alimentação. A integração da gastronomia espacial com a gastronomia terrestre envolve o uso de alimentos típicos, que representam as tradições e as preferências dos astronautas. A integração da gastronomia espacial com a gastronomia terrestre também envolve o uso de tecnologias, que permitem compartilhar as experiências e as sensações dos alimentos no espaço.

Conclusão

O futuro da gastronomia espacial é promissor e desafiador. Com o avanço das missões espaciais para destinos mais distantes e por períodos mais longos, como a Lua e Marte, surgem novas demandas e oportunidades para a alimentação no espaço. Algumas das tendências para o futuro da gastronomia espacial são a produção de alimentos no espaço, a participação dos astronautas na gastronomia espacial e a integração da gastronomia espacial com a gastronomia terrestre.