Você já ouviu falar em arroz de hauçá, maniçoba, barreado, cuscuz paulista, bolo de rolo, ambrosia, entrevero, virado à paulista, carne de sol, baião de dois, etc.? Esses são alguns exemplos de pratos tradicionais da culinária brasileira, que fazem parte da nossa identidade, da nossa diversidade e da nossa memória. No entanto, esses pratos estão cada vez mais esquecidos, perdendo espaço para as comidas industrializadas, fast-foods, congelados e deliverys.
Mas por que esses pratos estão sendo esquecidos? Quais são as suas origens, os seus ingredientes, os seus modos de preparo, os seus sabores e as suas histórias? Quais são os benefícios de resgatar esses pratos e valorizar a nossa gastronomia? Neste artigo, vamos apresentar algumas receitas esquecidas, que merecem um resgate, e que podem surpreender e encantar o seu paladar. Vamos lá?
O que são receitas esquecidas?
Receitas esquecidas são pratos que fazem parte da tradição culinária de uma região, de um estado, de um município ou de uma comunidade, mas que estão sendo deixados de lado, por diversos motivos, como a falta de tempo, de interesse, de conhecimento, de ingredientes, de utensílios, de habilidade, etc.
As receitas esquecidas são pratos que refletem a cultura, a história, a geografia, a economia, a religião, a etnia e a sociabilidade de um povo, que foram transmitidos de geração em geração, e que representam a identidade e a diversidade gastronômica do Brasil.
As receitas esquecidas são pratos que têm um valor afetivo, simbólico, nutritivo e saboroso, que podem ser simples ou sofisticados, baratos ou caros, rápidos ou demorados, mas que sempre têm uma história, uma origem, uma razão e uma emoção por trás.
Quais são as causas do esquecimento das receitas?
As receitas esquecidas estão sendo abandonadas por várias causas, que podem ser internas ou externas, individuais ou coletivas, voluntárias ou involuntárias. Algumas dessas causas são:
- A globalização, que padroniza e homogeneíza os hábitos alimentares, favorecendo as comidas mais práticas, rápidas, baratas e acessíveis, em detrimento das comidas mais típicas, regionais, artesanais e sazonais.
- A urbanização, que afasta as pessoas do campo, da natureza, da produção e da origem dos alimentos, dificultando o acesso, a disponibilidade e a qualidade dos ingredientes locais, frescos e orgânicos.
- A industrialização, que transforma os alimentos em produtos, com aditivos, conservantes, corantes, aromatizantes, etc., que alteram o sabor, a textura, o aroma e a aparência dos alimentos, e que podem causar danos à saúde.
- A modernização, que substitui os utensílios, as técnicas, as receitas e as formas de preparo tradicionais, por equipamentos, métodos, fórmulas e modos de preparo modernos, que podem ser mais eficientes, mas que também podem perder o charme, a graça e a magia da cozinha.
- A desvalorização, que despreza, ignora, esconde ou nega a importância, a beleza, a riqueza e a diversidade da culinária brasileira, que é fruto da mistura de povos, de culturas, de saberes e de sabores, que é patrimônio, arte, ciência e memória.
- A desinformação, que desconhece, esquece, confunde ou distorce as origens, os ingredientes, os modos de preparo, os sabores e as histórias das receitas tradicionais, que são fontes de conhecimento, de aprendizado, de curiosidade e de criatividade.
Quais são as consequências do esquecimento das receitas?
O esquecimento das receitas pode trazer várias consequências, que podem ser negativas ou positivas, dependendo do ponto de vista, do contexto e do objetivo. Algumas dessas consequências são:
- A perda da identidade, da diversidade e da memória gastronômica do Brasil, que é um dos maiores patrimônios culturais do país, que é uma forma de expressão, de comunicação, de integração e de resistência de um povo, que é uma fonte de orgulho, de respeito, de valorização e de preservação da nossa história.
- A perda da qualidade, da variedade e do sabor dos alimentos, que são essenciais para a saúde, para a nutrição, para o prazer e para a satisfação das pessoas, que são fatores que influenciam o bem-estar, a disposição, a produtividade e a felicidade das pessoas.
- A perda da tradição, da arte, da ciência e da magia da cozinha, que é uma atividade que envolve habilidade, criatividade, conhecimento, experimentação e encantamento, que é uma forma de arte, de cultura, de educação e de lazer, que é uma forma de transmitir valores, sentimentos, emoções e afetos.
Quais são os benefícios do resgate das receitas?
O resgate das receitas pode trazer vários benefícios, que podem ser pessoais ou coletivos, materiais ou imateriais, imediatos ou futuros. Algumas desses benefícios são:
- O resgate da identidade, da diversidade e da memória gastronômica do Brasil, que é um dos maiores patrimônios culturais do país, que é uma forma de expressão, de comunicação, de integração e de resistência de um povo, que é uma fonte de orgulho, de respeito, de valorização e de preservação da nossa história.
- O resgate da qualidade, da variedade e do sabor dos alimentos, que são essenciais para a saúde, para a nutrição, para o prazer e para a satisfação das pessoas, que são fatores que influenciam o bem-estar, a disposição, a produtividade e a felicidade das pessoas.
- O resgate da tradição, da arte, da ciência e da magia da cozinha, que é uma atividade que envolve habilidade, criatividade, conhecimento, experimentação e encantamento, que é uma forma de arte, de cultura, de educação e de lazer, que é uma forma de transmitir valores, sentimentos, emoções e afetos.
Quais são as formas de resgatar as receitas?
O resgate das receitas pode ser feito de várias formas, que podem ser individuais ou coletivas, simples ou complexas, pontuais ou contínuas. Algumas dessas formas são:
- Pesquisar, estudar, conhecer e divulgar as origens, os ingredientes, os modos de preparo, os sabores e as histórias das receitas tradicionais, que são fontes de conhecimento, de aprendizado, de curiosidade e de criatividade.
- Valorizar, prestigiar, apoiar e incentivar os produtores, os fornecedores, os cozinheiros, os restaurantes, os eventos e as instituições que se dedicam à produção, à distribuição, à divulgação e à preservação das receitas tradicionais, que são agentes de desenvolvimento, de geração de renda, de promoção da cultura e de defesa do patrimônio.
- Experimentar, degustar, apreciar e recomendar as receitas tradicionais, que são formas de prazer, de satisfação, de descoberta e de compartilhamento.
- Cozinhar, ensinar, aprender e reproduzir as receitas tradicionais, que são formas de expressão, de comunicação, de integração e de afeto.
Quais são as receitas esquecidas que merecem um resgate?
Existem muitas receitas esquecidas que merecem um resgate, que fazem parte da culinária brasileira, que são típicas de diferentes regiões, estados, municípios ou comunidades, que têm origens, ingredientes, modos de preparo, sabores e histórias variados e interessantes. Veja a seguir alguns exemplos:
Arroz de Hauçá
O arroz de hauçá é um prato que faz parte da culinária afro-brasileira, que é típico do estado da Bahia, que tem origem nos povos hauçás, que foram trazidos como escravos da África Ocidental. O arroz de hauçá é feito com arroz cozido em água e sal, que é misturado com carne seca desfiada, cebola, alho, pimenta, coentro, cebolinha e azeite de dendê. O arroz de hauçá é um prato que tem um sabor picante, aromático e marcante, que é servido com farofa de dendê, banana-da-terra frita e molho de pimenta.
Maniçoba
A maniçoba é um prato que faz parte da culinária indígena, que é típico do estado do Pará, que tem origem nos povos tupis, que habitavam a região amazônica. A maniçoba é feita com as folhas da mandioca, que são cozidas por vários dias, até perderem o ácido cianídrico, que é tóxico, e que são misturadas com carne de porco, carne bovina, linguiça, toucinho, paio e temperos. A maniçoba é um prato que tem um sabor forte, encorpado e suculento, que é servido com arroz branco, farinha de mandioca e pimenta.
Barreado
O barreado é um prato que faz parte da culinária portuguesa, que é típico do estado do Paraná, que tem origem nos colonizadores portugueses, que se estabeleceram no litoral paranaense. O barreado é feito com carne bovina, que é cortada em pedaços, temperada com cebola, alho, louro, cominho, pimenta-do-reino e vinagre, e que é cozida em panelas de barro, que são vedadas com uma massa de farinha e água, por várias horas, até a carne desmanchar. O barreado é um prato que tem um sabor intenso, macio e aveludado, que é servido com farinha de mandioca, banana-da-terra e laranja.
Cuscuz Paulista
O cuscuz paulista é um prato que faz parte da culinária paulista, que é típico do estado de São Paulo, que tem origem na adaptação do cuscuz marroquino, que foi trazido pelos imigrantes árabes, que se instalaram na capital paulista. O cuscuz paulista é feito com farinha de milho, que é hidratada com água e sal, e que é misturada com sardinha, palmito, ervilha, ovo, azeitona, tomate, cebola, alho, salsa, cebolinha e azeite. O cuscuz paulista é um prato que tem um sabor leve, fresco e colorido, que é cozido em formas de metal, que são decoradas com rodelas de tomate, ovo e azeitona, e que é servido frio ou quente, com molho de tomate ou vinagrete.
Bolo de Rolo
O bolo de rolo é um prato que faz parte da culinária pernambucana, que é típico do estado de Pernambuco, que tem origem na adaptação do bolo de colchão de noiva, que foi trazido pelos colonizadores portugueses, que se fixaram no nordeste brasileiro. O bolo de rolo é feito com uma massa fina e elástica, que é feita com farinha de trigo, açúcar, manteiga e ovos, e que é recheada com goiabada derretida, enrolada em camadas finas e assada em forno quente. O bolo de rolo é um prato que tem um sabor doce, delicado e irresistível, que é cortado em fatias finas e servido com queijo de coalho ou queijo do reino.
Ambrosia
A ambrosia é um prato que faz parte da culinária mineira, que é típico do estado de Minas Gerais, que tem origem na influência dos doces conventuais portugueses, que foram introduzidos pelos padres e freiras, que se estabeleceram na região das minas de ouro. A ambrosia é feita com leite, açúcar, ovos, cravo, canela e limão, que são cozidos em fogo baixo, até formar uma calda grossa e cremosa, com pedaços de coalhada. A ambrosia é um prato que tem um sabor doce, suave e perfumado, que é servido frio ou quente, em compotas ou em taças.
Entrevero
O entrevero é um prato que faz parte da culinária gaúcha, que é típico do estado do Rio Grande do Sul, que tem origem na tradição dos tropeiros, que transportavam gado e mercadorias pelo sul do Brasil. O entrevero é feito com carne bovina, carne suína, linguiça, bacon, cebola, alho, pimentão, tomate, cenoura, batata, mandioca, milho, ervilha, cheiro-verde e temperos, que são refogados em panelas de ferro, sobre o fogo de chão. O entrevero é um prato que tem um sabor forte, rico e variado, que é servido com arroz, farofa, pão, vinho ou chimarrão.
Virado à Paulista
O virado à paulista é um prato que faz parte da culinária caipira, que é típico do interior do estado de São Paulo, que tem origem na alimentação dos bandeirantes, que exploravam o território paulista em busca de ouro, pedras preciosas e índios. O virado à paulista é feito com feijão, que é cozido e refogado com alho, cebola, bacon e linguiça, e que é misturado com farinha de mandioca, formando uma massa úmida e consistente. O virado à paulista é um prato que tem um sabor salgado, acentuado e sustentável, que é servido com arroz, bisteca, ovo frito, couve refogada, banana à milanesa e torresmo.
Carne de Sol
A carne de sol é um prato que faz parte da culinária nordestina, que é típico da região Nordeste do Brasil, que tem origem na técnica de conservação da carne, que consiste em salgar e secar a carne ao sol, para evitar a deterioração. A carne de sol é feita com carne bovina, que é cortada em pedaços, salgada e exposta ao sol por algumas horas, até perder parte da umidade e ficar com uma cor avermelhada. A carne de sol é um prato que tem um sabor salgado, macio e suculento, que é frita ou assada na manteiga de garrafa, e que é servida com mandioca cozida, queijo coalho, vinagrete e manteiga de garrafa.
Baião de Dois
O baião de dois é um prato que faz parte da culinária nordestina, que é típico da região Nordeste do Brasil, que tem origem na mistura de dois ingredientes básicos da alimentação do sertanejo: o arroz e o feijão. O baião de dois é feito com arroz, feijão, queijo de coalho, carne de sol, bacon, linguiça, cebola, alho, coentro, cebolinha e manteiga de garrafa, que são cozidos juntos em uma panela, até formar um caldo grosso e cremoso. O baião de dois é um prato que tem um sabor salgado, rico e aconchegante, que é servido com farofa, vinagrete e pimenta.
Conclusão
As receitas esquecidas são pratos que fazem parte da tradição culinária de uma região, de um estado, de um município ou de uma comunidade, mas que estão sendo deixados de lado, por diversos motivos, como a falta de tempo, de interesse, de conhecimento, de ingredientes, de utensílios, de habilidade, etc.
As receitas esquecidas são pratos que refletem a cultura, a história, a geografia, a economia, a religião, a etnia e a sociabilidade de um povo, que foram transmitidos de geração em geração, e que representam a identidade e a diversidade gastronômica do Brasil.
As receitas esquecidas são pratos que têm um valor afetivo, simbólico, nutritivo e saboroso, que podem ser simples ou sofisticados, baratos ou caros, rápidos ou demorados, mas que sempre têm uma história, uma origem, uma razão e uma emoção por trás.
O resgate das receitas esquecidas pode trazer vários benefícios, como o resgate da identidade, da diversidade e da memória gastronômica do Brasil, o resgate da qualidade, da variedade e do sabor dos alimentos, o resgate da tradição, da arte, da ciência e da magia da cozinha, e o resgate da expressão, da comunicação, da integração e do afeto.